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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

República para Homens - (Cap 1)

Vestibular



   Eu acabara de completar dezenove anos e me preparava para iniciar uma nova fase em minha vida; eu seria um estudante de nível superior; mas ainda não sabia bem qual curso eu pensava em fazer, porem havia duas possibilidades; estava pensando em fazer direito ou engenharia, não havia decidido ainda qual curso faria, porque a faculdade que eu estava interessado, fazia um vestibular amplo; era um tipo diferente de vestibular, porque não escolhíamos qual curso queríamos fazer, pois o curso ia depender muito da nota que tirássemos. Todo mundo fazia a mesma prova, e os primeiros colocados escolhiam qual curso estavam interessados, assim que as vagas eram preenchidas, o curso deixava de ser uma opção para os restantes, e assim ia até fechar todas as vagas. Depois de longos meses estudando para esse tal vestibular, eu me preparava para viajar para a cidade aonde a faculdade ficava; eram aproximadamente três horas e meia de viajem de onde eu estava até a cidade onde eu moraria pelos próximos cinco anos; no mínimo; isso se eu não arranjasse um emprego na minha futura área e ficasse por lá mesmo.
     Já na rodoviária, minha mãe começa a dar mil e um conselhos, dizia que eu deveria tomar cuidado com essas cidades muito movimentadas. Depois de tantas recomendações, beijos e abraços, eu entrei no ônibus e sentei no meu lugar, e assim que o ônibus saiu eu adormeci. Quando acordei, o ônibus acabava de estacionar na rodoviária; eu estava atônito de como eu dormira a viajem inteira. Sai do busão, peguei um táxi e segui para o hotel ao qual eu havia feito reserva. Tudo ocorreu tranquilamente, e sem muita demora eu já estava instalado em meu quarto. Tomei uma ducha relaxante e fui conhecer a faculdade que eu faria a prova. Gastei cerca de quinze a vinte minutos de táxi até a entrada do prédio que eu deveria estar no dia seguinte; era um tempo bom. Fui até a recepção do prédio e peguei alguns números de repúblicas que estavam afixados no quadro de avisos, e sem esperar para saber qual seria o resultado da prova que eu ainda faria, comecei a ligar para os números que eu pegara para garantir uma possível vaga. Algumas repúblicas eram mistas, outras só para rapazes, mas todas tinham muita gente, e eu procurava uma república menor e com um pouco mais de privacidade, pois meu intuito era estudar, mas nenhum daqueles números me trouxe o que procurava, o jeito era continuar buscando.
     No dia seguinte eu estava cedo na portaria da faculdade esperando os portões serem abertos, e enquanto isso não acontecia, eu ouvia algumas pessoas conversando. E no meio do papo, um deles falou que já morava em uma república há dois anos, e que ele se mudara para lá com intenção de fazer cursinho para prestar concursos públicos. Disse que a república era de responsabilidade dele e que não rolava festas, era só para homens e só tinha uma vaga. Então alguém o perguntou o que ele fazia lá, e sem rodeio ele disse que tinha ido anunciar a vaga da república. Eu interessado nessa vaga, aguardei ele colocar o anúncio no quadro de avisos, e sem pensar, arranquei o papel do quadro e guardei; pois não poderia correr o risco de perder aquela vaga.
     Fiz a prova tranquilamente, e estava confiante, e me aproveitando disso, liguei para o número da república que eu havia roubado do quadro de avisos da faculdade. Chamou até desligar, mas como eu era persistente, liguei novamente, e dessa vez alguém atendeu.
_ Oi? - Era a voz do cara mais cedo. - Desculpe não ter atendido antes, eu estava no banho.
_ Boa tarde. - Eu disse meio sem jeito quando pensei nele só de toalha. - Meu nome é Cristian, e estou te ligando para saber mais sobre essa vaga na república.
_ Ah sim! Olha Cristian, só tem uma vaga mesmo. Estamos atualmente em três garotos; a casa tem dois quartos, um banheiro, sala, cozinha e uma área de serviços. O lugar é tranquilo, e não aceitamos festas, pois é uma república para pessoas que realmente querem estudar.
_ É justamente isso que estou procurando. - Eu dei um tempo e continuei. - Qual é o seu nome mesmo?
_ Ah, desculpe a minha falta de educação, comecei a expor os dados da república e, por fim, nem me apresentei. Meu nome é Rhuan e sou eu o responsável pela república.
_ Então Rhuan, tenho interesse nessa vaga. Como faço para reservá-la?
_ Você já estuda, já mora em outra república ou fez o vestibular hoje?
_ Acabei de fazer na verdade. - Eu dei uma risada meio sem jeito. - Mas já quero garantir a vaga, pois sinto que fui bem no vestibular.
_ Hum, entendo. - Disse ele de forma bem tranquila. - Faz o seguinte. - Ele pausou. - Tem como você vir aqui conhecer a república pessoalmente?
_ Tem sim! Posso ir que horas?
_ Se quiser pode vir agora!
_ Então eu vou. Me passe o endereço.
_ Anote ai!
     Como eu não conhecia a cidade, peguei um táxi e fui até o endereço que Rhuan me passara. Ele me recebeu com muita educação e mostrara todos os cômodos com paciência. Tudo era muito organizado e limpo, com exceção claro de um dos quartos que estava uma zona, mas Rhuan me dissera que o rapaz que dormia lá havia viajado e não arrumara antes de sair, mas que no geral, não era sempre assim. Ele me ofereceu algo pra beber, mas eu não quis aceitar. Então quando eu saía, começamos a falar sobre a vaga.
_ E então, o que achou?
_ Olha Rhuan, vou ser muito sincero com você. Eu gostei muito do lugar; excelente mesmo; mas tem um problema.
_ E qual é o problema? Já vou  logo dizendo que não é tão caro quanto você deve estar imaginando.
_ Não é isso! - Dei uma risada espontânea. - Achei a república muito distante da faculdade.
_ Você achou longe? - Ele falou aos berros com uma expressão de surpresa. - Tem certeza que achou longe?
_ Sim! Pois vim de táxi, e ele levou cerca de uns vinte e cinco minutos, e eu não tenho condução própria para ir, e pegar ônibus todo dia não é muito a minha intenção. - Eu não entendia porque ele começara a rir. - Qual é o motivo da graça?
_ Você foi enganado pelo taxista. - Ele ainda sorria. - Daqui até a faculdade aonde você prestou o vestibular são cerca de dez minutos a pé! Se você andar mais tranquilo, deve gastar uns quinze minutos no máximo. - Ele agora estava sério. - O motorista do táxi deu voltas com você, pois ele gastaria menos de cinco minutos de lá até aqui de carro.
_ Mais que pilantra. - Eu disse irritado. - Se eu encontrar com ele novamente, vou cobrar meu dinheiro de volta.
_ Sendo assim, vai querer ficar com a vaga?
_ Vou! O que tenho que fazer?
_ Você terá que pagar um mês adiantado para eu segurar a vaga. Caso você desista dela, não devolvo sua grana, mas se você for realmente ficar com ela, quando você se mudar para cá, o primeiro mês de sua estadia já estará pago.
_ Entendi. Mas provavelmente devo me mudar para cá ano que vem, pois já estamos em dezembro, e até as aulas começarem, estarei na minha cidade ainda.
_ Sem problemas. Você pagando como eu disse, quando as aulas começarem, você se muda para cá!
_ Certo então. Me passe o número de sua conta, que faço a transferência assim que chegar na minha cidade.


     Eu estava tão feliz que tudo estava indo bem, que resolvi sair naquela noite. Eu viajaria só na tarde do outro dia, então eu poderia aproveitar mais um pouco para conhece a vida noturna daquela cidade. Depois de rodar o centro de táxi, resolvi parar em um bar mais refinado. Havia muitas pessoas bonitas, e assim que me assentei, um homem ficou me olhando. Pedi um redbull e me ajeitei no tamborete de frente à bancada. Eu olhava as pessoas do lugar e notava que o homem que me encarou na hora que entrei, continuava a me olhar. Acho que ele devia ter uns trinta e cinco a quarenta anos. Não era muito bonito, mas, se vestia muito bem. Tomei meu redbull e pedi uma taça de vinho. Gostei tanto do lugar, que quando me dei conta, eu já havia bebido dois redbulls e cinco a seis taças de vinho, eu nem sabia mais direito. Pedi a conta, e para minha surpresa o garçom disse que já havia sido paga; quando perguntei quem havia pagado, ele me apontou o homem que me devorara com os olhos desde quando cheguei. Sem graça pedi ao garçom que agradecesse ao senhor por mim, mas que trouxesse a minha conta, pois eu não aceitaria a gentileza. Minha conta deu quase cento e vinte reais; paguei e fui até o banheiro antes de sair. Entrei em uma cabine, fechei a porta e dei uma bela mijada. Quando saí, fui até a pia e lavei as mãos, quando fui lavar o rosto, ouvi um barulho de alguém saindo de uma outra cabine; então me levantei e olhei no espelho, o homem que me encarar estava se aproximado de mim.
_ Olá. - Disse ele com uma voz macia e sexy. - Estive te observado a noite toda.
_ Olá! - Respondi por educação. - Eu notei que você me encarou, mas não tem problema, a área é livre.
_ Desculpe-me se não gostou, é porque te achei muito interessante. - Ele lavava as mãos. - Qual é seu nome? Me chamo Arthur.
_ Desculpa, não estou interessado.
_ Calma! Fiz algo errado? - Ele
Agora escorava na bancada das pias. - Falei algo que te incomodou ou foi porque eu quis pagar sua conta?
_ Não, você não fez nada de errado. Só não estou acostumado com esse tipo de abordagem.
_ Entendo. Então você não curte ficar com homem?
_ Não! - Eu disse de forma seca.
     Quando eu me virei e ia saindo, Arthur segurou meu pulso; ele me puxou tão forte, que eu já cai nos seus braços amparado pelo seu peito. Ele me abraçou e me prendeu, e não sendo suficiente, me arrastou até a cabine para deficientes; que era mais espaçosa; e a trancou. Olhando no fundo dos meus olhos ele perguntou:
_ Fala novamente que você não curte homem e que não quer ficar comigo!
     E antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele me silenciou com um beijo.



Um comentário:

  1. Poxa, bem na hora que a coisa começou a esquentar, a história fica para o próximo capítulo? Hehehe. To colado.

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